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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

o mercado é canalha

 É revoltante a lógica que o mercado e o BC impõem no Brasil.


O mercado projetou um PIB de 1,7% pra 2024. A economia deve entregar 3,5%, mais que o dobro do previsto.


A inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,87%, apenas 0,37 pontos acima do teto da meta (4,5%), puxada por fatores externos e sazonais:


-Câmbio.


-Commodities: carnes (+8,02%), óleo de soja (+11%), café (+2,33%);


-Clima: a agropecuária caiu -3,5%, reduzindo a oferta de alimentos.


Em novembro, a inflação desacelerou pra 0,39%. Isso é um sinal claro de queda, não de descontrole.


Vale lembrar: essa meta de inflação de 3%, com 1,5% de margem, é completamente irracional. Em 30 anos, o Brasil só atingiu esse nível 3 vezes.


Agora vamos ao absurdo:


O mesmo mercado que errou feio o PIB agora dramatiza a inflação como se o Brasil tivesse à beira do abismo. Não está. Mas o mercado usa isso pra exigir cortes de gastos em nome de "responsabilidade fiscal".


O governo atende com R$ 70 bilhões em cortes anuais, praticamente o que eles pediram.


Mesmo assim, o mercado reage com histeria e o BC aumenta a Selic em 1%, prometendo mais 2% (totalizando 3%).


O que isso significa? Cada 1% de aumento na Selic adiciona R$ 50 bilhões ao ano em juros da dívida pública. 


Com 3%, o custo adicional será de R$ 150 bilhões por ano – mais que o dobro dos cortes feitos pelo governo.


Cortam R$ 70 bilhões do orçamento pra transferir R$ 150 bilhões aos rentistas. Isso não é "responsabilidade fiscal", é uma transferência massiva de renda dos mais pobres pros mais ricos.


Aumentar a Selic não abaixa o preço do café, da carne ou do dólar. Juros altos não resolvem os problemas que dizem combater. Eles reduzem investimentos, travam o crescimento e drenam recursos de áreas essenciais.


No fundo, a lógica é sempre a mesma: tirar do orçamento do pobre pra encher o bolso do rico. Quando o governo propõe aliviar quem ganha até R$ 5 mil e taxar quem ganha mais de R$ 50 mil, o mercado grita. Por quê? Porque isso inverteria o jogo. 


Esse é o mercado "neutro", "nada ideológico" que diz que o "Brasil quebrou" enquanto exaltam a Argentina como um paraíso. Um bando de bandidos parasitas que querem fuder o Brasil.