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sábado, 28 de julho de 2018

Queria estar no RJ


Artistas, intelectuais e movimentos sociais convocam um dia de festa e luta em defesa da democracia e pela liberdade de Lula, preso político sem uma única prova após um processo marcado por irregularidades e pela clara violação do Estado de Direito. 

Queremos reunir milhares de vozes em um só coro por #LulaLivre

Dia 28 de julho, na cidade do Rio de Janeiro, temos um encontro marcado! Grafite, oficina literária, teatro, DJs, cortejo, Orquestra Voadora e um grande ato-show com:

Abayomy Orquestra
Aíla 
Alba Mariah
Ana Cañas
Beth Carvalho
Bruno Arias
Carlos Negreiros
Cecilia Todd
Chicas
Chico Buarque
Chico César
Claudinho Guimarães
Daniel Téo
Dani Nega e Craca
Dorina
Eduardo Sosa
Fátima Guedes
Flávio Renegado
Franscisco El Hombre
Filippe Catto
Gabriel Moura
Gang 90 & Absurdettes
Gilberto Gil
Gotam Cru
Heavy Baile
Imyra (Taiguara)
Jards Macalé
Lan Lanh
Ligiana Costa
Lyza Milhomem
Manno Goes
Marcos Lucenna
Maria Rivero
MC Carol
Mombaça
Não Recomendados
Noca da Portela
Odair José
Realidade Negra Rap Quilombola
Sérgio Ricardo
Sérgio Santos
Tomaz Miranda

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Leitura Obrigatória

Estou preso há mais de cem dias. Lá fora o desemprego aumenta, mais pais e mães não têm como sustentar suas famílias, e uma política absurda de preço dos combustíveis causou uma greve de caminhoneiros que desabasteceu as cidades brasileiras. Aumenta o número de pessoas queimadas ao cozinhar com álcool devido ao preço alto do gás de cozinha para as famílias pobres. A pobreza cresce, e as perspectivas econômicas do país pioram a cada dia.
 
Crianças brasileiras são presas separadas de suas famílias nos EUA, enquanto nosso governo se humilha para o vice-presidente americano. A Embraer, empresa de alta tecnologia construída ao longo de décadas, é vendida por um valor tão baixo que espanta até o mercado. 
Um governo ilegítimo corre nos seus últimos meses para liquidar o máximo possível do patrimônio e soberania nacional que conseguir —reservas do pré-sal, gasodutos, distribuidoras de energia, petroquímica—, além de abrir a Amazônia para tropas estrangeiras. Enquanto a fome volta, a vacinação de crianças cai, parte do Judiciário luta para manter seu auxílio-moradia e, quem sabe, ganhar um aumento salarial.
Semana passada, a juíza Carolina Lebbos decidiu que não posso dar entrevistas ou gravar vídeos como pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, o maior deste país, que me indicou para ser seu candidato à Presidência. Parece que não bastou me prender. Querem me calar.
Aqueles que não querem que eu fale, o que vocês temem que eu diga? O que está acontecendo hoje com o povo? Não querem que eu discuta soluções para este país? Depois de anos me caluniando, não querem que eu tenha o direito de falar em minha defesa?
É para isso que vocês, os poderosos sem votos e sem ideias, derrubaram uma presidente eleita, humilharam o país internacionalmente e me prenderam com uma condenação sem provas, em uma sentença que me envia para a prisão por "atos indeterminados", após quatro anos de investigação contra mim e minha família? Fizeram tudo isso porque têm medo de eu dar entrevistas?
Lembro-me da presidente do Supremo Tribunal Federal que dizia "cala boca já morreu". Lembro-me do Grupo Globo, que não está preocupado com esse impedimento à liberdade de imprensa —ao contrário, o comemora.
Juristas, ex-chefes de Estado de vários países do mundo e até adversários políticos reconhecem o absurdo do processo que me condenou. Eu posso estar fisicamente em uma cela, mas são os que me condenaram que estão presos à mentira que armaram. Interesses poderosos querem transformar essa situação absurda em um fato político consumado, me impedindo de disputar as eleições, contra a recomendação do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Eu já perdi três disputas presidenciais —em 1989, 1994 e 1998— e sempre respeitei os resultados, me preparando para a próxima eleição.
 
Eu sou candidato porque não cometi nenhum crime. Desafio os que me acusam a mostrar provas do que foi que eu fiz para estar nesta cela. Por que falam em "atos de ofício indeterminados" no lugar de apontar o que eu fiz de errado? Por que falam em apartamento "atribuído" em vez de apresentar provas de propriedade do apartamento de Guarujá, que era de uma empresa, dado como garantia bancária? Vão impedir o curso da democracia no Brasil com absurdos como esse?
Falo isso com a mesma seriedade com que disse para Michel Temer que ele não deveria embarcar em uma aventura para derrubar a presidente Dilma Rousseff, que ele iria se arrepender disso. Os maiores interessados em que eu dispute as eleições deveriam ser aqueles que não querem que eu seja presidente.
Querem me derrotar? Façam isso de forma limpa, nas urnas. Discutam propostas para o país e tenham responsabilidade, ainda mais neste momento em que as elites brasileiras namoram propostas autoritárias de gente que defende a céu aberto assassinato de seres humanos.
Todos sabem que, como presidente, exerci o diálogo. Não busquei um terceiro mandato quando tinha de rejeição só o que Temer tem hoje de aprovação. Trabalhei para que a inclusão social fosse o motor da economia e para que todos os brasileiros tivessem direito real, não só no papel, de comer, estudar e ter moradia.
Querem que as pessoas se esqueçam de que o Brasil já teve dias melhores? Querem impedir que o povo brasileiro —de quem todo o poder emana, segundo a Constituição— possa escolher em quem quer votar nas eleições de 7 de outubro?
 
O que temem? A volta do diálogo, do desenvolvimento, do tempo em que menos teve conflito social neste país? Quando a inclusão dos pobres fez as empresas brasileiras crescerem?
O Brasil precisa restaurar sua democracia e se libertar dos ódios que plantaram para tirar o PT do governo, implantar uma agenda de retirada dos direitos dos trabalhadores e dos aposentados e trazer de volta a exploração desenfreada dos mais pobres. O Brasil precisa se reencontrar consigo mesmo e ser feliz de novo.
Podem me prender. Podem tentar me calar. Mas eu não vou mudar esta minha fé nos brasileiros, na esperança de milhões em um futuro melhor. E eu tenho certeza de que esta fé em nós mesmos contra o complexo de vira-lata é a solução para a crise que vivemos.
Luiz Inácio Lula da Silva
Ex-presidente da República (2003-2010)

domingo, 1 de julho de 2018

Via Adriano Oliveira


Vamos aos fatos:
1. Moro liberou áudios de Lula para impedir sua posse como ministro de Dilma.
2. Moro e o TRF4 aceleraram o julgamento de Lula para impedir sua candidatura a presidência em 2018.
3. O processo do triplex é, no mínimo, duvidoso, mas a dúvida não beneficiou o réu.
4. O TRF4 aumentou em uníssono a pena de Lula para 12 anos para impedir que ele a cumprisse em liberdade.
5. O STF não vai colocar Lula em liberdade enquanto ele não abrir mão de sua candidatura, palavras de Gilmar, que segue liberando sua turma a rodo agora e criando espaço para liberar mais ainda no futuro próximo.
A hipótese:
Há um conluio de interesses difusos que se materializam hoje em torno do chamado ativismo judicial brasileiro. Alguns justos, muitos espúrios.
Esse conluio produz sinergias que permitem a indivíduos, empresas e corporações intervir no estado brasileiro de modo direto. Isso substituiu o tradicional modo de intervenção baseado em financiamento eleitoral e suborno de autoridades, hoje inviabilizado.
Esse novo modo é instável e menos controlável que o anterior, portanto precisa de um grande eixo aglutinador. No momento esse eixo é o impeachment antecipado de Lula.
Lula é perigoso para esses e outros esquemas porque é o único brasileiro vivo capaz de capitalizar força popular eleitoral à revelia de interesses das minorias numéricas que controlam o país. Isso está demonstrado na inércia das pesquisas.
A eventual culpa de Lula nos crimes a ele imputados não vem ao caso.