Sem receber comissão por operações de
portabilidade de crédito, categoria deflagra movimento nacional em resposta a
calote
Correspondentes bancários de todo o país iniciam nesta segunda-feira,
19/04, um movimento com o objetivo de atingir as carteiras de grandes bancos
que não estão repassando a comissão referente a operações de portabilidade de
crédito e, desta forma, chamar a atenção para o calote que a categoria vem
sofrendo. A ação, chamada de “A Semana da Portabilidade”, envolve
correspondentes bancários de todo o país.
De acordo com o INAF (Instituto Nacional do Agente Financeiro), nos
últimos meses mais de R$ 130 milhões em remuneração deixaram de ser repassados
aos correspondentes bancários. Após inúmeras tentativas de acordo sem
respostas, a categoria decidiu reagir. “De forma orquestrada, iremos selecionar
um banco específico para realizar a migração de carteiras. A ideia é levar o máximo
de clientes do banco, seja através da portabilidade ou quitação antecipada,
para outra instituição”, explica Yasmin Melo, presidente do INAF. Além de
movimentar milhões dos grandes bancos, os organizadores esperam que o movimento
influencie o valor das ações das instituições no mercado financeiro.
O Brasil tem mais de 1,5 milhão de
correspondentes bancários que são responsáveis por quase 50% do crédito
consignado liberado no país. “Queremos mostrar a nossa força e, principalmente,
mostrar que a maioria trabalha de forma correta e não pode ser penalizada pelos
erros cometidos por alguns”, comenta Yasmin.
Autorregulação
Yasmin explica que o impasse sobre o
pagamento da comissão das operações de portabilidade de crédito começou após alterações
feitas na Autorregulação do Crédito Consignado, criado pela Febraban (Federação
Brasileira de Bancos) e ABBC (Associação Brasileira de Bancos), em vigor desde
o ano passado.
A autorregulação impôs uma série de normativas
para disciplinar o setor. Uma das mudanças realizadas recentemente foi a
extinção da remuneração aos correspondentes bancários no caso de operações de
portabilidade de valor inferior ao contrato inicial. Porém, a remuneração
deixou de ser paga em diversas situações de portabilidade e também em contratos
novos. A situação gerou um clima de insegurança em toda a categoria. “Os
correspondentes trabalham sem saber se vão receber. Tentamos conversar,
negociar, mas não tivemos retorno. A única forma que encontramos de chamar a
atenção é mexendo na carteira deles”, diz.
Yasmin lembra ainda que a portabilidade de
crédito foi uma estratégia bastante incentivada pelas instituições financeiras
para adquirir mais carteira. “Os bancos incentivaram por muito tempo a
portabilidade e dessa forma as instituições ganhavam cada vez mais carteira. De
uma hora para a outra lançaram essa medida (aplicada de forma desregular) que
soa extremamente contraditória com a postura anterior dessas instituições”,
pontua a presidente do INAF.
Com a “Semana da Portabilidade”, os
organizadores do movimento esperam chamar a atenção das grandes instituições e
resolver o impasse sobre o pagamento das remunerações aos correspondentes
bancários.
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Ivone Moreira – jornalista
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