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sábado, 14 de janeiro de 2023

Giovana Madalosso, imprescindível e sem anistia



Se só me restassem duas palavras: sem anistia


Se só me restassem três palavras: Bolsonaro sem anistia


Se eu fosse cravar alguma coisa numa árvore, dentro de um coração: sem anistia.


Se eu tivesse que batizar dois cachorros: Sem e Anistia.


Se eu fosse uma atriz de novela: para aqueles salafrários, nenhuma anistia.


Se eu fosse uma atriz de filme pornô: oh, no, oh, no anistia!


Se eu fosse um barítono: SEM ANISTIA.


Se eu errasse no português: cem anistia.


Se eu fosse crente: Senhor, sem anistia.


Se eu nomeasse um planeta: 100 Anistia.


Se eu mandasse uma mensagem na garrafa: S.O.S.em anistia.


Para os terroristas que rasgaram a obra-prima de Di Cavalcanti a facadas, arrancaram do pedestal a bailarina de Brecheret, espancaram o cavalo inocente da polícia, quebraram as vidraças e cadeiras que nós vamos pagar, furtaram togas do STF, usaram uma picareta para arrancar pedras da Praça dos Três poderes, levaram documentos e HDs do governo: sem anistia.


Para os policiais do Distrito Federal que abandonaram a barreira e foram comprar água de coco enquanto os manifestantes invadiam o STF e, especialmente, para quem dava ordens a eles: sem anistia.


Para quem me fez perder a poesia no meio do texto: sem anistia.


Para os homens brancos que subiram a rampa do Planalto certos de que podem seguir cometendo impunes os crimes que os homens brancos cometem impunes nesse país há 500 anos: sem anistia.


Para a mulher que invadiu o STF com uma Bíblia aberta sobre a cabeça desrespeitando a crença de tantos milhões: um milhão de vezes sem anistia.


Para o homenzinho que mostrou a bunda sob a nossa bandeira e atestou que não há distinção entre o que vai no seu cérebro e no seu intestino: sem anistia.

 

Para os empresários e madeireiros que bancaram as viagens de ônibus e agora se escondem, como covardes que sempre foram, por trás dos rostos da massa de manobra: sem anistia.


Para quem faz pouco de uma democracia reconquistada com a saúde física e mental de 2.000 torturados e com a vida de mais de 500 mortos pela ditadura: sem anistia.


Para quem permanece no silêncio vexatório dos coniventes: sem a minha anistia.


Se só me restassem três palavras: Bolsonaro sem anistia.


E se eu te convidasse para repetir alguma coisa comigo?

domingo, 15 de março de 2020

A Querida Giovana Madalosso nos lembra


Que maravilha ser Brasil e não Estados Unidos em uma hora dessas e ter um sistema de saúde acessível para todos - embora não tenhamos leitos suficientes para a catástrofe que vem por aí. Fique em casa, my friend!

quarta-feira, 14 de março de 2018

Daquilo que não se rouba



Ontem foi dia de prestigiar uma querida amiga no lançamento de seu segundo livro: Giovana Madalosso nos brinda com o seu Tudo Pode Ser Roubado e que promete ser muito divertido como é a autora.



Já havia gostado muito da primeira obra: A Teta Racional que é de leitura fácil e as histórias sempre sob o olhar de um feminismo contemporâneo são muito boas mesmo. Muitos daqueles personagens já estiveram no nosso cotidiano, podes crer! 



Vida Longa Gio.


fotos Dalton Sakamoto

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Tem Gente Boa de Lá Também

A querida Giovana Madalosso nos convida!



Sessão de autógrafos em São Paulo do livro de contos 
A Teta Racional, de Giovana Madalosso 

Num momento em que o feminismo está em ebulição, o livro A teta racional, de Giovana Madalosso, chega fazendo barulho. Não tem uma mulher que não vá se identificar com uma das personagens da obra de estreia da autora. Em seus dez contos, ela mostra a diversidade de vozes no universo feminino contemporâneo, criando uma polifonia que emociona, faz rir e, acima de tudo, repensa padrões relacionados à mulher e até mesmo os limites da palavra mulher.

No conto “XX+XY”, a mãe de um recém-nascido, que engravidou numa festa, de um cara de quem nem sabia o nome, desconstrói todo o glamour da maternidade, revelando as agruras de uma rotina marcada por leite empedrado, cansaço e uma avalanche de sentimentos, nem sempre positivos, que acompanham a chegada de um filho. Em “Roleta-russa”, uma transsexual, frustrada com as limitações do seu corpo, desconta a sua raiva em desconhecidos. Em “A paraguaia”, duas amigas de faculdade se reencontram anos mais tarde e se deparam, surpresas, com o que a vida fez de seus sonhos. Já no conto que dá nome ao livro, uma publicitária ordenha, no banheiro da agência, o leite que dará ao seu filho no dia seguinte, e pensa numa vingança inusitada contra seu chefe.

Além discutir dilemas atuais, A teta racional aponta para novos caminhos na literatura feita por mulheres, e como consequência, na literatura como um todo: não mais um olhar da esfera íntima (o lar, os sentimentos), não mais uma tentativa de se mimetizar com o mundo masculino, e sim a busca de uma nova identidade (e de uma nova linguagem) para essa mulher que está no mundo lá fora mas que, não por isso, aceita silenciar uma série de aspectos possíveis do feminino: o corpo, a gravidez, o desejo ou o repúdio da maternidade.

A teta racional foi selecionado na Segunda Temporada de Originais da Grua, aberta em 2015. Com 240 livros inscritos, dois foram escolhidos para publicação pelo Conselho Editorial formado por João Anzanello Carrascoza, Rodrigo Lacerda e Carlos Eduardo de Magalhães.