Fazia um friozinho naquela sexta feira à tarde, a garoa se avizinhava e quando se lembrou que a flor de lapela havia ficado em casa a competentíssima noiva já havia o lembrado por áudio que o acessório não tinha ido com o noivo. Chegou em casa num Chevrolet anos 40 todo na beca e ainda cumprimentou o síndico amigo antes de pegar a Rodovia Anchieta rumo ao local da cerimônia. Sob as lentes de um super padrinho o registro da viagem rumo a grande festa.
Fabio, o chofer que conduziu o belo automóvel (que já participou de filmes, séries e milhares de casamentos) nos contava passagens de outras bodas enquanto o trânsito seguia caóticamente perfeito.
No local dos sonhos avistou alguns familiares queridos e a emoção chegara pra ficar ao receber o carinho da irmã, madrinha e tios que vieram de longe pro enlace.
Algumas fotos protocolares, os ajustes finais com o traje e quando deu por si já estavam todos enfileirados rumo à cerimónia. As duas horas de conversas com convidados pareciam voar em 10 minutos, assim como toda a noção de tempo e espaço. A partir dali seriam apenas sensações, algumas inexplicáveis de tamanha ternura e afeto.
As músicas escolhidas foram tocando, os atores se apresentando e quando ouviu os acordes de velho Bob partiu para o altar recebendo o apoio da irmã. Testemunhou o amor a amigos e familiares queridos. Era a hora de sorrir com a inocência das crianças e receber aquela que tinha sonhado tudo para o dia e a noite mais importantes dos nossos tempos.
A imponência de sua beleza e os passos firmes de quem sabe que realizou grande feito a empodera ainda mais. A exuberância em pessoa estava ali ao lado dele e ele sabia disso, vivia isso. Em êxtase, apenas admirava e acariciava as mãos daquela que o enfeitiçara com tanta beleza. Recebeu as bênçãos, leu seus votos e ouviu lindas palavras daquela que o aceitara como legítimo esposo.
Ganhou a vida!
Saíram juntos brilhando.
Inspirando.
Deram a maior festa.
Todos amaram.
Amar é mais.
