Nada passa, nada expira
O passado é
um rio que dorme
e a memória uma mentira
Multiforme
Dormem do rio as águas
e em meu regaço dormem os dias
dormem
dormem mágoas
as agonias,
dormem.
Nada passa, nada expira
O passado é
um rio adormecido
parece morto, mal respira
acorda-o e saltará
num alarido.
- José Eduardo Agualusa, em "O Vendedor de Passados". Lisboa: Dom Quixote, 2004.
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