sexta-feira, 11 de maio de 2018

Cada um com o seu Ernesto

É da maior gravidade a revelação de que, em reunião no dia 30 de março de 1974, o presidente Ernesto Geisel tenha compactuado com assassinatos praticados pelo Estado. Naquele dia, ele se reuniu com os generais Milton Tavares de Souza e Confúncio Avelino, que comandavam o serviço de informações do Exército, e João Batista Figueiredo, futuro presidente. De acordo com informações do Departamento de Estado dos Estados Unidos, divulgadas nesta quinta-feira (10), os generais informam que pessoas "subversivas" e "potencialmente terroristas" tinham sido eliminadas e que tal prática deveria continuar, como recomendou Figueiredo. O general Milton Tavares comunicou então que, no ano anterior, 104 pessoas tinham sido executadas sumariamente pelas Forças Armadas. Essas revelações estão contidas em memorando enviado pelo então diretor da CIA (Central Inteligence Agency) ao secretário de Estado, Henry Kissinger, ainda no governo Richard Nixon. É a comprovação de o quanto os governos militares descumpriram a Constituição, que vedava a pena de morte, e as normas de direitos humanos. Para ler o documento original do Departamento de Estado, em inglês, acesse https://bit.ly/2Kcumuu

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