E agora, Estadão, o The New York Times também é um "delinquente a serviço do lulopetismo"?
(Há uma semana o jornal 'O Estado de São Paulo' publicou um editorial horroroso e com um tom desesperado por não poder controlar a narrativa que circula no exterior e que expõe publicamente o golpe parlamentar em curso no Brasil, uma farsa conduzida por corruptos para se livrarem das investigações que lhes comprometem até o fio de cabelo. Leiam abaixo uma tradução livre do editorial publicado nesta segunda pelo jornal norte-americano):
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"A medalha de ouro do Brasil para corrupção
Michel Temer, o presidente interino do Brasil, causou uma péssima impressão no seu primeiro dia no gabinete, quando indicou somente pessoas brancas e somente homens para o primeiro escalão. Isto compreensivelmente irritou muitas pessoas no Brasil, que é racialmente diverso.
Sua reputação foi agravada pelo fato de sete de seus novos ministros terem sido manchados pelo escândalo de corrupção e pelas investigações que estão sacudindo o meio político brasileiro. As indicações fizeram crescer a suspeita de que o afastamento temporário de Dilma Rousseff, no mês passado, sob alegações de que ela recorreu a truques no orçamento para equilibrar ilegalmente as contas, tinha outro motivo: fazer as investigações de corrupção irem embora. No início deste ano, Dilma disse que permitir o inquérito que investiga o pagamento de propinas na Petrobrás, a estatal brasileira de petróleo, seguir seu curso seria saudável para o Brasil no longo prazo.
Duas semanas depois da posse do novo governo interino, Romero Jucá, o ministro do planejamento de Temer, se demitiu depois que um jornal divulgou gravações telefônicas nas quais Jucá parece endossar o afastamento de Dilma como parte de um acordo entre os parlamentares para "proteger a todos" envolvidos no escândalo. Este foi o único caminho, ele disse, para assegurar que o Brasil "retornaria à tranquilidade". Recentemente, no final do último mês, Fabiano Silveira, o ministro da Transparência, encarregado de lutar contra corrupção, foi forçado a se demitir depois de um vazamento de conversas similares e constrangedoras.
Isto forçou Michel Temer a prometer, na semana passada, que o Poder Executivo não iria interferir nas investigações sobre a Petrobrás, que até agora já havia colocado sob suspeita mais de 40 políticos. Considerando o tipo de homens que Temer têm ao seu redor, essa promessa soa falsa. Se o presidente interino quer conquistar a confiança dos brasileiros, entre os quais muitos que têm protestado contra o afastamento de Dilma considerando-o um golpe de estado, ele e seu gabinete devem tomar passos significativos contra corrupção.
Segundo a Lei brasileira, membros do alto escalão do governo, incluindo parlamentares, gozam de imunidade processual para maioria das circunstâncias. Essa proteção injustificável tem claramente permitido a habilitação de uma cultura de corrupção institucionalizada e impunidade. Investigadores descobriram que os contratos da Petrobrás rotineiramente incluíam um percentual de propina, e que estes pagamentos eram repartidos entre partidos políticos. A Petrobrás reconheceu no ano passado que pelo menos U$ 1,7 bilhão (um bilhão e setecentos milhões de dólares) das suas receitas teria sido desviado para propinas.
"Esquemas de corrupção sistêmica são prejudiciais porque eles afetam a confiança no Estado de direito e na democracia", Sérgio Moro, o juiz federal que supervisiona a investigação na Petrobras, escreveu em um ensaio no Americas Quarterly, no mês passado, acrescentando: "Crimes que são descobertos e comprovados, respeitando o devido processo, devem ser punidos."
O Brasil não é a única nação na região atormentada por corrupção. Um escândalo na Bolívia abalou a imagem do presidente Evo Morales. Colômbia começou uma campanha anti-corrupção parcialmente em resposta às revelações de pagamento de propina em contratos públicos. Sob grande pressão internacional, Guatemala e Honduras concordaram em permitir a participação de especialistas internacionais em uma força tarefa com promotores locais para investigação de crimes de alto perfil.
Não está claro o quão longe Michel Temer irá para erradicar a corrupção. Se estiver seriamente comprometido e quiser acabar com suspeitas sobre os motivos para o afastamento de Dilma, ele seria sábio apoiando uma Lei que acabe com a imunidade (foro privilegiado) para parlamentares e ministros em casos de corrupção."
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http://www.nytimes.com/ 2016/06/06/opinion/ brazils-gold-medal-for-corr uption.ht
(Há uma semana o jornal 'O Estado de São Paulo' publicou um editorial horroroso e com um tom desesperado por não poder controlar a narrativa que circula no exterior e que expõe publicamente o golpe parlamentar em curso no Brasil, uma farsa conduzida por corruptos para se livrarem das investigações que lhes comprometem até o fio de cabelo. Leiam abaixo uma tradução livre do editorial publicado nesta segunda pelo jornal norte-americano):
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"A medalha de ouro do Brasil para corrupção
Michel Temer, o presidente interino do Brasil, causou uma péssima impressão no seu primeiro dia no gabinete, quando indicou somente pessoas brancas e somente homens para o primeiro escalão. Isto compreensivelmente irritou muitas pessoas no Brasil, que é racialmente diverso.
Sua reputação foi agravada pelo fato de sete de seus novos ministros terem sido manchados pelo escândalo de corrupção e pelas investigações que estão sacudindo o meio político brasileiro. As indicações fizeram crescer a suspeita de que o afastamento temporário de Dilma Rousseff, no mês passado, sob alegações de que ela recorreu a truques no orçamento para equilibrar ilegalmente as contas, tinha outro motivo: fazer as investigações de corrupção irem embora. No início deste ano, Dilma disse que permitir o inquérito que investiga o pagamento de propinas na Petrobrás, a estatal brasileira de petróleo, seguir seu curso seria saudável para o Brasil no longo prazo.
Duas semanas depois da posse do novo governo interino, Romero Jucá, o ministro do planejamento de Temer, se demitiu depois que um jornal divulgou gravações telefônicas nas quais Jucá parece endossar o afastamento de Dilma como parte de um acordo entre os parlamentares para "proteger a todos" envolvidos no escândalo. Este foi o único caminho, ele disse, para assegurar que o Brasil "retornaria à tranquilidade". Recentemente, no final do último mês, Fabiano Silveira, o ministro da Transparência, encarregado de lutar contra corrupção, foi forçado a se demitir depois de um vazamento de conversas similares e constrangedoras.
Isto forçou Michel Temer a prometer, na semana passada, que o Poder Executivo não iria interferir nas investigações sobre a Petrobrás, que até agora já havia colocado sob suspeita mais de 40 políticos. Considerando o tipo de homens que Temer têm ao seu redor, essa promessa soa falsa. Se o presidente interino quer conquistar a confiança dos brasileiros, entre os quais muitos que têm protestado contra o afastamento de Dilma considerando-o um golpe de estado, ele e seu gabinete devem tomar passos significativos contra corrupção.
Segundo a Lei brasileira, membros do alto escalão do governo, incluindo parlamentares, gozam de imunidade processual para maioria das circunstâncias. Essa proteção injustificável tem claramente permitido a habilitação de uma cultura de corrupção institucionalizada e impunidade. Investigadores descobriram que os contratos da Petrobrás rotineiramente incluíam um percentual de propina, e que estes pagamentos eram repartidos entre partidos políticos. A Petrobrás reconheceu no ano passado que pelo menos U$ 1,7 bilhão (um bilhão e setecentos milhões de dólares) das suas receitas teria sido desviado para propinas.
"Esquemas de corrupção sistêmica são prejudiciais porque eles afetam a confiança no Estado de direito e na democracia", Sérgio Moro, o juiz federal que supervisiona a investigação na Petrobras, escreveu em um ensaio no Americas Quarterly, no mês passado, acrescentando: "Crimes que são descobertos e comprovados, respeitando o devido processo, devem ser punidos."
O Brasil não é a única nação na região atormentada por corrupção. Um escândalo na Bolívia abalou a imagem do presidente Evo Morales. Colômbia começou uma campanha anti-corrupção parcialmente em resposta às revelações de pagamento de propina em contratos públicos. Sob grande pressão internacional, Guatemala e Honduras concordaram em permitir a participação de especialistas internacionais em uma força tarefa com promotores locais para investigação de crimes de alto perfil.
Não está claro o quão longe Michel Temer irá para erradicar a corrupção. Se estiver seriamente comprometido e quiser acabar com suspeitas sobre os motivos para o afastamento de Dilma, ele seria sábio apoiando uma Lei que acabe com a imunidade (foro privilegiado) para parlamentares e ministros em casos de corrupção."
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http://www.nytimes.com/
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