sexta-feira, 29 de abril de 2016
Pra Nunca Mais Acontecer!
"Eles atiraram nas pessoas, nas mulheres. A maioria das pessoas da categoria é mulher. Não tem o que descrever. Pra quem é professor já não é a primeira vez que isso acontecia. Em 88, as professoras já foram massacradas pelo Alvaro Dias, coincidentemente do mesmo partido do Beto Richa. Foi o mesmo tipo de ação para que os professores voltassem pra sala de aula quietos, sem levantar a voz, sem gritar, sem nada" Claudia Antonia C Pilon.
O projeto #29deAbril busca resgatar a história daqueles que vivenciaram o maior massacre que a educação do Paraná já sofreu e que, de certa forma, prenunciou os desdobramentos políticos da educação brasileira com as ocupações das escolas públicas no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Goiás.
O saldo de mais de 400 feridos no dia 29 de abril de 2015, segundo o Sindicato dos Professores (APP Sindicato), aconteceu após o governador Beto Richa (PSDB) convocar mais de mil policiais para impedir a entrada de qualquer pessoa na Assembléia Legislativa do Paraná (ALEP) para acompanhar a votação do PL 024/2015, conhecido como “pacotaço”, projeto de lei que envolvia cortes de benefícios do funcionalismo público e alterações na previdência estadual.
A Tropa de Choque, apoiada por helicóptero e cães iniciou o ataque, utilizando bombas de efeito moral, balas de borracha, gás de pimenta e gás lacrimogêneo. Os bombardeios se estenderam por cerca de três horas sob o comando direto do Palácio Iguaçu, mesmo diante do recuo do movimento.
A omissão de socorro por parte de policiais militares, que se negaram a retirar o ônibus que impedia a entrada de ambulâncias no local e de prestar socorro às vítimas evidenciou a estratégia de ação desumana para desarticular os professores e alunos. O cerco montado em torno das e dos manifestantes também dificultou a dispersão no momento do ataque, já que professores e alunos estavam cercados.
Além dos feridos, 14 manifestantes foram detidos e soltos posteriormente à lavratura de TCO – Termo Circunstanciado de Ocorrência e alguns deles mediante às exigências de entregarem seus celulares particulares e senha. Ainda, 17 policiais militares teriam sido presos por se recusarem a participar do cerco e repressão aos manifestantes.
É preciso manter viva a memória daqueles que lutam pelo acesso à educação.
Ficha Técnica:
Direção: Diego Florentino
Assistente de Direção: Karize Kresteniuk
Direção de Arte e Cenário: Nathalie Rocha
Direção de Fotografia: Elisa Ratts
Assistência de Fotografia: José Eduardo Pereira
Som Direto: José Eduardo, Rudolfo Auffinger, Lauren Bassi e Nathalie Rocha
Montagem: Rodrigo Baptista
Produção: Camille Bolson, Diego Florentino, Karize Kresteniuk, Rudolfo Auffinger, Célia Lombardi, José Eduardo
Agradecimentos: WG7BR, Débora Zanatta, Gil Baroni
Imagens de arquivo: Carol Mira, Bruno Amaral, Jornalismo Periférico e Fabio Tissot.
Entrevistados: Angela Alves Machado, Fabiano Stoiev, Guilherme Jaccon, Alvaro Bittencourt, Claudia C. Pilon, Sonia Vasconcellos
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