sábado, 11 de julho de 2009



Ainda o Diploma

Não vamos esquecer deste duro golpe na sociedade. Vez o outra uso este espaço para discutir o assunto já que a sociedade ficou alijada do debate uma vez que a decisão ficou a cargo do STF, que nem tinha que colocar a colher nessa Panela quanto mais arbitrá-lo. Bem escreveu JotabêMedeiros (medeirosjotabe.blogspot.com): Como o Jânio de Freitas, eu considero uma aberração que tenham levado o tema, de dimensão social, para os domínios do Supremo Tribunal Federal. Nunca foi questão para arbítrio de seis ou sete iluminados da Suprema Corte, mas para a casa da representação popular, o Congresso. Por um motivo simples: o jornalismo tem impacto sobre a vida cotidiana de toda a sociedade, portanto deve ser objeto de atenção do legislativo.




O amigo Rogério Fischer (fischer-blogdofischer.blogspot.com) sempre nos apresenta a pessoas importantes e aborda temas interessantes, ele também fala sobre a obrigatoriedade do diploma e da fraca escola que mal forma e forma mal: Sim, não é por defender a exigência do diploma que farei vistas grossas à qualidade dos cursos, nem mesmo o da Universidade Estadual de Londrina. Meu curso foi ruim sim. Em termos de técnica, quase tudo que sei aprendi na prática. Meus professores – e, por conseguinte, as aulas e os projetos acadêmicos – não eram nenhuma brastemp. Nem por isso devo aceitar a ideia (ah, que vontade de acentuar esse ditongo) de que a boa formação jornalística possa estar encerrada num curso a distância ou num reforço de verão. A qualidade de um curso superior não é ditada por uma mão única. Não são apenas a qualidade do corpo docente, dos equipamentos, o tamanho da biblioteca e a grade curricular que determinam essa qualidade. Ela vem também do interesse e da dedicação do aluno. De nada adiantam excelentes recursos humanos e materiais se o estudante não quiser aprender. Falo isso de cátedra, porque sou exemplo vivo dessa negligência. Ainda hoje me ressinto da falta de aprendizado em disciplinas básicas, como rádio e TV. É só ocorrer um desses percalços da vida, em que você se vê com uma mão na frente e outra atrás, que bate o arrependimento de não ter se dedicado um pouco mais nisso ou naquilo.Admito, na boa: não faço apenas impresso porque só gosto dele, mas porque, na verdade, durante o curso me lixei para rádio e TV, o que – vim a sentir na pele depois – me restringiu sobremaneira meus horizontes profissionais, as possibilidades de uma recolocação profissional mais rápida, menos traumática. Daí porque defendo a necessidade de um curso de duração convencional: são muitas as vertentes do exercício profissional. Além de jornais diários e publicações impressas periódicas, há o rádio, a televisão, a assessoria de imprensa e, agora, também o mundo virtual, cada um com suas especificidades, suas características, suas demandas próprias. Sei que isso não rebate o argumento inicial. Afinal, bastaria que a pessoa fizesse um curso rápido já dirigido para a especialidade requerida. Mas daí colocaríamos o ambiente jornalístico dentro de um tecnicismo absurdo. Estaríamos criando profissionais esquartejados em áreas de interesse, não profissionais em Comunicação Social, conscientes de seus princípios, direitos e deveres. Todo profissional que se preze, seja ele da área humanista, das exatas ou biológicas, tem de ter o entendimento do todo.





JotabeMedeiros também apimenta a discussão que só está começando.
Bom, o curso de jornalismo me empurrou para a discussão das circunstâncias do jornalismo – como ele nasce, como ele resiste, como ele morre às vezes. O curso – e o debate livre dentro dele – me mostrou que o jornalismo pode encobrir interesses diversos, e é importante desbaratá-los (e jamais se confundir com esses interesses). O curso desafiava a gente a buscar a liberdade, o novo, a experimentar, a forçar os cadeados das regras. Claro, um estudante de Letras também pode ser desafiado da mesma forma, mas com qual objetivo?A questão central do jornalismo, para mim, é a independência. A escolha central que o ofício de jornalista coloca para o profissional é a seguinte: você está com os poderosos ou com os oprimidos? E, já que o poder é migratório, se movimenta e assume diversas formas, é preciso astúcia mínima: com quem está o poder agora?

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