Origens
Estar perto de suas origens, daquilo que um dia já foi seu, mas que hoje está distante é daquelas sensações difíceis de reproduzir. Juntar as palavras certas para que a frase faça sentido nestes casos de nostalgia é algo complicado por mais simples que possa parecer.
Esses dias em Curitiba, revendo amigos e familiares, respirando o ar desta cidade, caminhando pelas ruas e parques do bairro onde cresci, tudo me envolve num clima interessante e desafiador, num resgate de memórias vivas. Até no futebol, amanhã assistirei a Coritiba x Toledo. Foi o primeiro jogo que fui assistir sozinho com um amigo, o Ives filho da Dona Lidia, do 21. Foi no campeonato paranaense de 78 se não me engano...
Mas vamos direto ao começo: Estamos na Barreirinha simpático bairro da zona norte de Curitiba e que foi colonizado por poloneses, ucranianos, alemães.
Nasci na casa de minha avó, na esquina das ruas Tenente Coronel Servando de Loiola e Silva com a Augusto dos Anjos. No verão de 72, numa quinta-feira, lá pelas nove e meia da noite aconteceu a estréia em rede interplanetária
O local até hoje é a residência de Dona Stefânia Wojtiga, minha avó materna. Matriarca da família veio para o Brasil na metade do século passado. Morava na Polônia e, como todos sabem a situação não estava boa praquelas bandas. Ela, que já sofrera todos os horrores da guerra, encheu-se de coragem e veio com o marido e três filhos pequenos para o Brasil. A primogênita é minha mãe, Halina Bueno de Freitas. Sou o segundo filho dela, a primeira é Márcia, a professorinha da família. Hoje minha avó, de 81 anos, tem seis filhos, 10 netos e seis bisnetos. Famosa na região onde vive há mais de 50 aos, foi massagista por um bom tempo o que lhe deu fama na arte de aliviar a dor do próximo; foi assim que trabalhou na segunda guerra mundial. Na foto abaixo a matriarca Stefânia e nossa tia Barbara que mora na Polônia.
Na Igreja da comunidade há uma placa em homenagem a esta católica fervorosa que sempre ajudou a paróquia da Barreirinha inclusive na própria construção dela. Boa parte da família sempre esteve envolvida nas obras sociais daquela igreja que é muito ativa; dois eventos têm tradição por ali: A Paixão de Cristo que é encenada ao lado da Igreja (um belíssimo espetáculo e que tenho orgulho de dizer que meu primo Everson Bastos (o indefectível Éto ) é um dos principais cabeças do projeto), e a há também o tradicionalíssimo almoço de domingo com um churrasco muito delicioso. Acontece todo segundo domingo do mês e o negócio não é brincadeira. O salão da Igreja fica lotado e há muita gente que faz fila pra levar aquela Alcatra sensacionalmente assada na brasa. Pra completar há ainda o buffet de salas e pratos quentes de dar água na boca. Tudo com a maior simplicidade, dedicação e muito amor dos voluntários. A dica está dada.
Há outros familiares na região e numa contagem rápida são aproximadamente 20 casas. Não me aventuro em visitar todos. Sempre privelegio minha avó e minha madrinha; Dona Teresina Kovalski. Uma dos oito irmãos que meu falecido pai teve. Era a mais querida por ele. É a tia com quem passava alegres dias de minhas férias escolares. Meu tio Alcir, marido dela, que também está no andar de cima, era uma figuraça. Muito cativante, bom de baralho; a casa deles tanto aqui quanto na praia sempre tinha muita gente.
Roberto e Rossana são seus filhos, Rubinho, Monica (a popular Caca) e Diogo (o glorioso Gogo) são os netos.
É uma família que tenho muito carinho, amor, respeito e consideração.
É a minha família.
Música
O samba enredo da Acadêmicos da Realeza foi o campeão do Carnaval de Curitiba. A escola de samba homenageou o centenário do Coritiba e levou o bicampeonato. Agora é torcer para que os bons ventos da passarela do samba cheguem até aos gramados onde o Glorioso Coritiba precisa desfilar um futebol com mais harmonia.
Do Clube
Este post é uma homenagem a minha mãe, Dona Halina. Alemã de nascimento e Coxa-Branca de coração. Guerreira incansável, sua força e fé a mantém de pé. Um exemplo de superação. Obrigado.
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